quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

(Sessão psicanálise) Resumo de O mal estar na cultura, de Sigmund Freud (PARTE IV)

Freud irá falar do amor enquanto instrumento de midiático de socialização. Além de apontar suas origens antropológicas, ira definir os tipos de amor e sua relação com a cultura.
Quando o homem primitivo descobriu que o que o trabalho poderia melhorar a sua vida, não pode ser indiferente ao fato de que outros poderiam trabalhar com ele ou contra ele. Assim, Freud diz que conviver com o outro se tornou util. Sendo que os primeiros ajudantes do homem primitivo foram os membros da sua própria família. O arbítrio do pai enquanto chefe era ilimitado. Dessa forma, a convivência entre os homens foi duplamente motivada: Através da coação do trabalho, resultado de necessidade exterior, e através do poder do amor. Nesse sentido, “Eros e Ananque: (amor e necessidade) também se tornaram pais da cultura humana.
Freud parte do ponto de que o amor é um fundamento da cultura, tanto o amor sexual (genital) e do amor constituído de impulso de meta inibida. O primeiro refere-se ao amor entre o homem e a mulher enquanto o segundo ao amor universal. Exemplos de expressão desse segundo tipo de amor são encontrados em figuras da religião, como São Francisco de Assis, que interiorizava esse sentimento de felicidade chamado de amor de meta inibida, onde o amor universal pela humanidade é alimentado.
O autor critica esse tipo de amor afirmando que um amor que não escolhe perde o seu valor. Além disso, Freud escreve que nem todos os seres humanos são dignos de amor. Já o amor que fundou a família permanece ativo.
Sobre os dois tipos de amor, Freud diz: “É chamado de amor a relação entre um homem e uma mulher que em razão de suas necessidades genitais fundaram uma família, mas também recebem esse nome os sentimentos positivos entre pais e filhos, e entre irmãos na família, embora tenhamos que descrever essa relação como amor de meta inibida, como ternura”.(p. 109)
Esse amor de meta inibida, segundo Freud, leva a amizades que se tornam culturalmente importantes porque escapam a algumas limitações do amor genital – por exemplo, a sua exclusividade.
A cultura ameaça o amor com sensíveis limitações. Tais limitações aparecem no conflito entre a família e a comunidade maior a que o individuo pertence. Sobre esse conflito, Freud escreve: “As mulheres representam os interesses da família e da vida sexual; o trabalho da cultura se tornou sempre mais um assunto de homens, coloca-lhes tarefas sempre mais pesadas, força-os a sublimações dos impulsos de que as mulheres são pouco capazes.” (p. 111)
Assim, as práticas culturais afastam o individuo da tarefa de marido e de pai. E a mulher se vê em segundo plano. Através de tabus, leis, costumes e proibições são fixadas limitações tanto para o homem como para a mulher. A cultura deixa claro que permitirá apenas o amor heterosexual que vise tão-somente a reprodução da espécie. (É evidente que Freud se referencia na cultura de sua época). Nesse sentido, ele enfatiza que a vida sexual do homem aculturado está comprometida, e que se encontra em um processo involutivo.

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