quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

(Sessão psicanálise) Resumo de O mal estar na cultura, de Sigmund Freud (PARTE V)

Se antes a cultura era um contra-tempo para a felicidade e a sexualidade, agora ela é responsável pela castração dos impulsos agressivos do homem. Freud nos mostra como isso se dá:
Uma das máximas da sociedade aculturada, segundo Freud, diz: “Amar o próximo como a si mesmo”. Tal máxima, para Freud, é irrealizável - amar ao próximo sem que ele me cative de alguma maneira é impossível - além de irracional. Mas então o que um estranho merece de mim? Freud nos dirá que merece minha hostilidade, meu ódio, pois não parece ter o mínimo amor por mim, e não demonstra por mim a mínima consideração, poderá me prejudicar caso lhe convenha, etc. Dessa forma Freud protesta contra o mandamento, e diz que se o mandamento fosse: “Amará o teu próximo como o teu próximo te ama”, ele não protestaria. Além disso, critica outro mandamento: “amará teus inimigos”. Mas economiza palavras e diz que no fundo tem o mesmo sentido do primeiro mandamento.
Homo homini lúpus" (o homem é o lobo do homem), Freud cita Hobbies e diz que sua máxima é incontestável. Essa inclinação agressiva, agora citada por Freud, perturba nosso relacionamento com o outro e força a cultura a dispêndios. Ele escreve: “A cultura precisa fazer de tudo para impor limites aos impulsos agressivos do homem.” (p. 125)
Nesse ponto, Freud cita os comunistas como idealizadores do homem bom, bem-intencionado, mas corrompido pela propriedade privada: a propriedade privada dá o direito de quem o poder de maltratar quem não tem. Caso ela fosse abolida a hostilidade entre os homens desapareceria. Freud não acha que a abolição da propriedade privada resolveria os problemas: diz que não é fácil para o homem renunciar a sua tendência agressiva.
Analisando o etnocentrismo, Freud dá-lhe uma terminologia psicológica de “narcisismo das pequenas diferenças”, o que, segundo o autor, não contribui muito para a sua explicação. Ele escreve: “Nele se reconhece uma satisfação cômoda e relativamente inofensiva da tendência a agressão por meio do qual a união dos membro da comunidade é facilitada.”Pag. 129
Segundo o autor, as coisas eram melhores quando o homem vivia em condições primitivas, pois não encontrava qualquer restrição a seus impulsos. Por outro lado, ele não tinha algo que a cultura lhe trouxe: segurança.

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