quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

(Sessão psicanálise) Resumo de O mal estar na cultura, de Sigmund Freud (PARTE III)

Freud define cultura como aquilo que nos protege das fontes do sofrimento, destaca suas imposições e seu efeito sobre o homem.
O autor nos conta que fomos malsucedidos na criação de uma proteção contra o tipo de sofrimento advindo das nossas relações sociais. Ele escreve que nossa culpa é gerada pela cultura e que seriamos mais felizes se retornássemos as nossas condições primitivas.
Grande parte dessa hostilidade cultural deve ter começado, segundo o autor, com a vitória do cristianismo sobre as religiões pagãs. E crescido com a descoberta de terras ocupadas por tribos indígenas: grupos de navegadores europeus se achavam superiores aos índios e julgavam levar uma vida feliz, erroneamente.
Outra forma de exigência cultural que se transformou em desilusão fora o domínio do homem sobre a natureza, a descoberta de técnicas baseadas nas ciências naturais o levaram a perceber que isso não o tornava mais feliz. Tais conquistas não significaram muita coisa. Citando a medicina e seus avanços, Freud diz que não adianta ter uma vida longa se ela é carregada de sofrimento.
Freud diz que: “a palavra cultura designa a soma total de realizações e disposições pelas quais a nossa vida se afasta da de nossos antepassados animais” (p. 87), sendo que tais realizações servem para o fim de proteção do homem contra a natureza, priorizando aquilo que lhe é útil.
Ao mesmo tempo em que homem se volta para o que útil, se preocupa com o que é inútil, sendo o belo um exemplo disso.
Além disso, esperamos ver sinais de limpeza e de ordem: limpeza do corpo e fora dele e ordem nas ações humanas.
A estima e o cultivo das atividades psíquicas superiores, realizações intelectuais, cientificas e artísticas ocupam um lugar especial entre as caracterizações de cultura. Os sistemas religiosos estão a frente dessas ideias. Ao lado deles encontram-se as especulações filosóficas. E, o que se pode chamar de idealização de caráter perfeito de um homem, uma nação, ou toda a humanidade também estão na lista. Também é considerado o traço de cultura aquilo que entende o individuo social: o direito de uma comunidade em substituição do direito singular, do indivíduo. Não obstante, a justiça, enquanto ordenamento jurídico inquebrável também é um traço cultural a se considerar.
A derivação psíquica dessas exigências continua sendo o ganho de prazer.
Freud diz que cultura é sinônimo de aperfeiçoamento, e que é o caminho da perfeição traçado pelo homem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário