quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Resumo: A diferença entre impressões e idéias nas “Investigações Sobre o Entendimento Humano”, de David Hume.

Em suas “Investigações Sobre o Entendimento Humano”, David Hume começa por notar a diferença entre impressões e idéias. A primeira é a raiz de todas as idéias. Como descrito pelo filósofo, impressões são “[...] todas as nossas percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos.” (HUME, 1999). Dito de outro modo, as impressões advêm dos nossos sentidos, emoções e outros fenômenos mentais. Já as idéias, ou pensamentos, são, segundo Hume, crenças ou memórias que têm suas naturezas definidas como sendo cópias das impressões. Para ele, nós construímos idéias de impressões simples de três formas: semelhança, contiguidade e causa e efeito. Acerca da última, Hume afirma que o nexo de causalidade é o resultado de nossa associação de idéias, uma observação habitual de certos fenômenos que apenas parecem ter tais relações. Ainda assim, ele observa que quando observamos repetidamente um evento na sequência de outro, nossa suposição de que estamos testemunhando causa e efeito parece lógica para nós. Na religião, por exemplo, adimite-se que o mundo opera em causa e efeito e que, portanto, conceber uma Causa Primeira, ou seja, Deus, é uma consequencia necessária. Na visão de Hume, o nexo de causalidade é assumido, mas em última análise, incognoscível. Desse modo, não sabemos se de fato há uma Causa Primeira ou um lugar para Deus.  Nós não sabemos, na verdade, de qualquer uniformidade, regularidade ou certeza no funcionamento da natureza. Nosso conhecimento é limitado às impressões e às idéias, e, por isso, não estamos em condições de afirmar a existência ou de objetos materiais ou de entidades espirituais.

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