Freud
pede desculpas por não ter sido mais competente ao esboçar suas
ideias e retoma questões discutidas em seu ensaio.
Apontando mais uma vez para o sentimento de culpa, ele afirma que se
trata do problema mais importante no desenvolvimento cultural, e
demonstra que o preço do progresso cultural é pago com a perda de
felicidade devido a intensificação do mesmo sentimento. Esse é,
segundo Freud, o resultado final da sua investigação.
Freud
fala na existência de um sentimento de culpa inconsciente, e diz que
tal tipo de sentimento de culpa é mais comum. Além disso, afirma
que o mesmo sentimento é uma variante da angustia.
Sobre
a relação da religião com o sentimento de culpa, ele diz: “As
religiões, pelo menos, nunca ignoraram o papel do sentimento de
culpa na cultura [...] Elas inclusive tem a pretensão, o que não
apreciei em outra parte, de redimir a humanidade desse sentimento de
culpa, que chamam de pecado” (p.
166).
Freud
esclarece o significado do termo supereu dizendo que ele se refere a
uma instancia inferida por nós; esclarece também que a consciencia
moral é uma função que, entre outras, lhe atribuímos, e que tem
de vigiar e julgar os atos e as intenções do eu, ela exerce, assim,
uma atividade censora; já o sentimento de culpa, chamado de rigor do
supereu, é a mesma coisa que a severidade da consciência moral, é,
assim, a percepção reservada ao eu de ser vigiado dessa maneira: a
avaliação da tensão entre suas aspirações e as exigências do
supereu, chamado, inclusive, de sádico.
6. Além
da formula “Eros e impulso de morte” caracterizar o processo
experimentado pela humanidade, ela é também relacionada com o
desenvolvimento do individuo, e, segundo Freud, teria revelado o
segredo da vida orgânica.
Relembrando a meta principal no desenvolvimento do individuo, Freud
diz que ela consiste no programa do principio do prazer, que se
baseia em obter satisfações que proporcionem felicidade. Desse
modo, a aspiração do individuo é egoísta ou de felicidade. Sendo
que também pode ser altruísta, já que é membro de uma comunidade,
e é chamada por Freud de cultural.
Freud
fala da existência de um supereu cultural, massificado. Da mesma
forma do supereu individual, o supereu cultural impõe exigências as
massas, sendo a ética uma dessas exigências.
Para
Freud, a questão decisiva da espécie humana é a de saber em que
medida o seu desenvolvimento cultural será bem sucedido em dominar o
obstáculo a convivência representado pelos impulsos humanos de
agressão e de autoaniquilação.
Quem
ganhará? Eros ou morte? Freud termina seu ensaio com essa questão.
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