quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Filosofia como exercício no epicurismo

Filosofia como exercício no epicurismo
O epicurismo é conhecido como filosofia da busca pela felicidade; não obstante é chamada de filosofia de preparação para a morte. Viver de acordo com os epicuristas é buscar a felicidade evitando a dor e entendendo racionalmente o que significa a morte. Nesse sentido, para os epicuristas, filosofia é um instrumento moral, e deve ter como uma das suas preocupações a vida prática.
Ensinado em Atenas, no jardim de Epicuro, o epicurismo mais pareceu o resultado das diversas conversações entre Epicuro e seus amigos, mas não o foi: ele já era importante antes mesmo de chegar lá.
Nausifanes de Cartago (o água viva) foi um dos responsáveis pelo pensamento epicurista, e induzido pelo pensamento de Pirro que, por sua vez, foi fortemente influenciado pelas escolas atomistas, ensinou a Epicuro, enquanto seu mestre, a fisica do átomo e do vazio e sua aplicação tanto para a epistemologia como para a ética, antes de Epicuro se preocupar com a felicidade.
Para Epicuro, não é possível ser feliz com medo, por isso, para ser feliz o homem não deve temer os deuses ou a morte. Para tal é preciso que ele entenda como funciona a natureza e controle suas crenças: os deuses, divinos e perfeitos, não irão nos castigar, pois não se misturam com a vida humana e a morte nada é para nós, uma vez que quando ela é, nós é que não somos mais. Assim, conhecendo os princípios da morte e ensinando-lhe em quê acreditar, é possível libertá-lo do medo que o atormenta e conduzí-lo a uma vida feliz.
Segundo os epicuristas, não há idade para filosofar, assim como não há idade para ser feliz e conquistar a saúde da alma, alcançando a liberdade e cultivando os prazeres simples da vida. É preciso evitar os prazeres exagerados, para isso não se deve acostumar o corpo , pois isso acarretará em sofrimentos depois. Em um dos seus fragmentos, Epicuro nos dirá:
Chamamos ao prazer princípio e fim da vida feliz. Com efeito, sabemos que é o primeiro bem inato, e que dele derivamos toda escolha ou recusa e chegamos a ele valorizando todo bem com critério do efeito que nos produz.”


Os prazeres aos quais ele se refere não podem ser confundidos com os prazeres sensuais, mas sim com aqueles que livram o homem do sofrimento do corpo e das pertubações da alma. Além disso, ele ainda destaca os prazeres estáveis e os prazeres do movimento: o primeiro caracterizado pela ausência de perturbação e o segundo pela sua vivacidade do movimento.
A morte, dirá eles, é a privação da sensibilidade, uma vez que todo bem e todo mal advém da sensibilidade, a morte nem bem e nem mal é. Nessse sentido, não há nada de terrível em deixar de viver. Os epicuristas nos dirão ainda que temer a morte é fruto da ignorância, sobre isso, Epicuro escreve a Meneceu, em sua carta para a felicidade:
O sábio, porém, nem desdenha viver, nem teme deixarde viver; viver não é um fardo e não-viver não é um mal.
Desse modo, para os epicuristas, a busca pela felicidade conta com um método denominado TETRAPHARMAKON (quatro drogas), que além de dizer para não temer a morte e os deuses, diz que a dor pode ser suportada e que a felicidade pode ser alcançada.
Contudo e nessee sentido, pode-se afirmar que filosofia como exercício no epicurismo consiste em apreender os ensinamentos de epicuro e aplicá-los a vida prática, buscando a felicidade e procurando viver de acordo com prazeres necessários, evitando os desnecessários.

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