quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Tabagismo: uma obviedade urgente.



O tabagismo é um problema de saúde pública. Os fumantes sofrem os efeitos do cigarro sem perceber. Isso porque, ao inalar a fumaça do cigarro, este cumpre o papel de dopar o usuário. Dessa maneira, não há dor física e sim um alívio instantâneo.
Ao fumar, o cérebro do tabagista libera dopamina, ou, o hormônio da felicidade, como é conhecida. Essa alquimia ocorre, pois o cigarro, após certo tempo de fumado provoca abstinência. Esse mal estar sinaliza para o fumante que ele precisa de mais nicotina (substância mais viciante já descoberta pelo homem). O que o fumante não percebe é que o que ele sente como sendo o prazer de fumar um cigarrinho é na verdade o alívio que sente por repor a substância, ou seja, o cigarro é o antídoto para um sintoma que ele próprio causa: a abstinência, que é também descrita como fissura e que vem acompanhada por ansiedade, irritabilidade e depressão. É uma verdadeira armadilha que faz com que dependamos de algo que mata milhões de pessoas por ano em todo o mundo.
Por de trás disso, se esconde uma poderosa arma da sociedade capitalista. A realidade é que o cigarro é uma droga que causa tantos danos à saúde pública como qualquer outra droga conhecida. O que a separa das demais drogas é justamente seu caráter legal.
Segundo estimativas de 2011 da associação dos fumicultores do Brasil, o governo fatura, em média, 16 bilhões de reais por ano com a venda do cigarro. Mas será que a vida do cidadão tem preço? Não podemos deixar de notar que o governo lucra com a morte, e com a doença. Esse vício é responsável por vários tipos de câncer. Dentre eles, de bexiga, de fígado, de cérebro, e, é claro, de pulmão. A maior incidência de câncer de pulmão em fumantes está longe de ser por acaso. Isso porque o cigarro, quando aceso, é inalado e isso se dá por asfixia voluntária. Ou seja, o fumante se auto asfixia quando fuma. De maneira análoga, é como se o fumante colocasse a boca em um cano de escapamento de um carro ligado e colocasse aquele gás para dentro de si. O gás que sai do cano de escapamento é o mesmo que sai do cigarro aceso, é o chamado “monóxido de carbono”. Ao colocar a fumaça para dentro do pulmão, este absorve o gás venenoso que saí do carro. O monóxido de carbono se liga à receptores de oxigênio no sangue e o substitui. Leva, pelo menos, duas horas para que o monóxido de carbono abandone o corpo do fumante. Enquanto isso, o corpo sofre com a falta do ar primordial que o constitui, sem o qual não existiria ou se desenvolveria. Com isso, o cigarro, gradualmente, deteriora a saúde das pessoas que fumam até que elas deixam de ser clientes porque ficam gravemente doentes ou porque morrem. Quando isso acontece, as indústrias do cigarro precisam de mais clientes, então tentam enganar quem menos sabe, colocando seu produto próximo a doces e balas em estabelecimentos de conveniências, por exemplo, quando o alvo principal são as crianças. Assim, o ministério da saúde atualmente classifica o tabagismo como uma doença eminentemente pediátrica.
O cigarro não possui ser: nós somos aqueles que o damos vida. Ele não pode pagar pelo que causa. Quando flagramos um traficante vendendo drogas, quem é responsabilizado? Bom, ao prender o traficante, é natural que se chegue, através do seu testemunho, ao seu chefe. O chefe, geralmente, é aquele que mais lucra com a venda do produto, e por outro lado, o vendedor ganha apenas uma comissão. Como vimos, o chefe por trás da venda dos cigarros é o governo, que, assim como o Deus Saturno, come seus próprios filhos.

A palavra bala possui dois sentidos, ou ela é um doce ou ela faz parte de uma arma que pode matar a qualquer momento. O cigarro pode ser essas duas coisas: o que não podemos é sentir alívio quando levamos um tiro.

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